
Robson e Luan, embora separados pela classe social, fazem parte de uma mesma parcela de jovens que já está descrente em relação ao cenário político do País, mesmo antes de começar a decidir quem serão seus representantes. Durante a última semana, O POVO ouviu 20 jovens eleitores, de diferentes locais de Fortaleza e distintas classes sociais, que neste ano vão votar pela primeira ou segunda vez. Embora, logicamente, não se trate de pesquisa com valor científico, as opiniões colhidas apontam para alguns elementos em comum a serem analisados. A geração que chega às urnas no início desta década viveu até aqui um período de estabilidade político-econômica, com democracia e imprensa livre. Por isso mesmo, irregularidades que antes ficavam obscurecidas pelas amarras da ditadura passaram a proliferar em forma de escândalos políticos. Talvez esteja aí o fato da quase totalidade dos jovens ouvidos terem citado a palavra “corrupção” ou “corrupto” quando questionados sobre a imagem que têm dos políticos.
Lúcio Rogério Filho, 17, considera que, em geral, os políticos dão “calote no povo”, mas reconhece que “alguns prestam”. “Antes de votar, eu não era muito ligado nisso (política), mas agora vou me aprofundar”, projeta Rogério. Jubeny Saraiva, 18, disse que, através do voto, poderá “exercer a cidadania”. Porém, assim como vários outros, disse que vai votar somente “porque é obrigatório” e afirmou ter “pavor” de política. Esses jovens viram a transição de um governo de direita para um de esquerda na presidência, mas parecem não terem sentido mudanças estruturais em campos básicos. Talvez por isso, apontam que saúde e educação deveriam estar entre os temas prioritários nas eleições. Pelo mesmo motivo, muitos desses jovens dizem não ter partido ou líder como referência na política, embora outros tantos, entre eles Rogério, citado acima, citem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Fonte: O POVO
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