Beatriz Evaristo EBC
Não se trata de uma bateria comum, daquelas usadas em equipamentos domésticos.
A finalidade do produto é outra como explica o professor Frank Crespilho, coordenador do projeto.
Sonora: "Geralmente, pilhas de baterias são compostos químicos, são muito eficientes, como a bateria de lítio, baterias alcalinas. No entanto, os seus compostos não são seguros. Isso nos motivou porque há uma demanda na área médica para a aplicação de outros dispositivos que necessitem de uma bateria e que esta seja segura."
De acordo com o pesquisador Frank Crespilho, a nova microbateria pode trazer mais segurança para procedimentos médicos como fornecer energia para uma pílula que foi desenvolvida nos Estados Unidos e que pode substituir o exame de endoscopia.
Sonora: "Eles utilizaram uma bateria de prata e, também, pode ser utilizada bateria de lítio. Só que a bateria de prata, por exemplo, ela contém um líquido muito alcalino e, por exemplo, se este líquido se abre no esôfago pode causar grandes danos ao paciente. Então, a nossa ideia foi tentar construir uma microbateria que atendesse já, diretamente, a esta aplicação."
Há 10 anos, os pesquisadores da USP desenvolvem estudos na área. O grupo usou um tipo de açúcar que pode ser extraído de algas marinhas para produzir a gelatina vegetal e outras moléculas encontradas na natureza.
Além de ser menos nociva à saúde dos pacientes e causar menos impacto ambiental, a nova tecnologia também custa menos, como conta o professor Frank Crespilho.
Sonora: "Com US$ 1, algo em torno de R$ 4 ou R$ 5 é possível que a gente construa baterias, até 700 baterias, com esses hidrogéis. Um fato interessante é que, depois, o custo da bateria só vai ficar a mercê, por assim dizer, das moléculas que são desenvolvidas. Porque além do hidrogel, a gente divide moléculas que são inspiradas na natureza ou moléculas naturais. Por exemplo, hoje, no nosso laboratório aqui, nós temos moléculas que podem ser utilizadas nas baterias porque são de origens naturais."
Os testes em laboratório já foram concluídos. A expectativa é que, no futuro, a técnica possa ser usada para desenvolver baterias maiores para dispositivos como marca-passo cardíaco, por exemplo.
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