NOVO GOVERNO Presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL) indicou mais três nomes para a Esplanada, que pode ter até 22 pastas no total. Ministério da Cultura foi extinto
Um mês depois da vitória nas urnas, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) fez ontem mais três indicações para ministérios, fechando 19 pastas até agora. No total, a Esplanada do novo governo deve ter até 22 ministérios, admitiu o pesselista ontem em entrevista coletiva. Hoje, são 29.
Caso se confirme, o número extrapola em sete os 15 prometidos pelo capitão da reserva durante a campanha eleitoral. Aos nomes já anunciados por Bolsonaro, juntaram-se Osmar Terra (MDB), que vai comandar o Ministério da Cidadania, fusão de outras pastas, entre as quais estão Cultura e Esportes; Marcelo Álvaro Antônio (Turismo) e Gustavo Canuto (Desenvolvimento Regional).
Ex-ministro do Desenvolvimento Social de Michel Temer (MDB), Terra fez ontem mesmo sua primeira promessa: vai honrar o compromisso de Bolsonaro e pagar o 13º salário para beneficiários do programa Bolsa Família a partir do ano que vem.
Bolsonaro também falou sobre a possibilidade de criar um ministério das mulheres.
"Existe um pedido da bancada feminina. Vocês (mulheres) querem o vigésimo segundo ministério, das mulheres? A gente aumenta mais um?", questionou, se dirigindo aos jornalistas.
Bolsonaro disse que ainda não há definição sobre uma eventual pasta dedicada às mulheres. O coordenador da transição e futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, interrompeu e disse que o ministério, na verdade, seria dos Direitos Humanos. "Um Direitos Humanos de verdade, não o que está aí que não tem qualquer eco junto à sociedade brasileira", afirmou Bolsonaro.
Onyx também ponderou que o número total de ministérios pode diminuir caso seja aprovada a autonomia do Banco Central. Disse que o status de ministério dado à Advocacia-Geral da União (AGU) poderá ser reavaliado no futuro.
Embora diga que não há definição, na terça-feira Bolsonaro afirmou que criaria um ministério voltado para a defesa das minorias. "Vai ter um ministério que vai envolver tudo isso aí: mulher, igualdade racial", disse.
Bolsonaro estuda o desenho dos ministérios e deve manter conversas para formalizar as indicações até a próxima semana. Ainda falta definir o comando do Meio Ambiente, Minas e Energia e possivelmente Direitos Humanos. Também é estudada a possibilidade de manter ou não o Trabalho com status de ministério.
Entre os indicados até agora, não há nenhum nome ligado à região Nordeste, onde Bolsonaro foi derrotado pelo então candidato à Presidência Fernando Haddad (PT). Nos nove estados da área, o militar não venceu em nenhum.
Deputado estadual eleito, André Fernandes (PSL) minimiza a falta de nordestinos entre os auxiliares de Bolsonaro. "O presidente disse que os ministérios não seriam uma forma de fazer política", respondeu. "Ele sempre deixou bem claro que seriam nomes técnicos."
NOMES JÁ DEFINIDOS
Esplanada do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL)
Ministérios, secretarias e bancos
Osmar Terra (Cidadania)
Marcelo Álvaro Antônio (Turismo)
Gustavo Canuto (Desenvolvimento Regional)
Ricardo Vélez Rodríguez (Educação)
André Luiz de Almeida Mendonça (Advocacia-Geral da União)
Tereza Cristina (Ministério da Agricultura)
Nabhan Garcia (Secretaria de Assuntos Fundiários, subordinada ao Ministério da Agricultura)
Rubem Novaes (Banco do Brasil)
Pedro Guimarães (Caixa Econômica)
Roberto Campos Neto (Banco Central)
Onyx Lorenzoni (Casa Civil)
Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia)
Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União)
Fernando Azevedo e Silva (Ministério da Defesa)
Paulo Guedes (Ministério da Economia)
Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional)
Sergio Moro (Ministério da Justiça e Segurança Pública)
Ernesto Araújo (Ministério das Relações Exteriores)
Luiz Henrique Mandetta (Ministério da Saúde)
Gustavo Bebianno (Secretaria-geral da Presidência)