Sérgio Moro já está desobrigado do cargo de juiz federal. O pedido de exoneração foi concedido pelo presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), Thompson Flores, desembargador.
Agora, Moro está livre para planejar o ministério e até certo ponto desobrigado das limitações do judiciário. Agora ele pode falar de suas impressões sobre a Operação Lava Jato.
Em entrevista concedida à revista IstoÉ, o ex-juiz fez revelações importantes.
Moro disse que percebeu as grandes proporções que a Lava Jato poderia atingir, quando decretou a prisão do doleiro Alberto Yousseff, e com ele encontrou o documento da compra de uma Range Rover Evoque em nome de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. Deste ponto em diante foram novas operações e investigações, uma atrás da outra, com a descoberta de esquemas que nem dá pra imaginarmos.
“Era apenas o fio de um extenso novelo que alcançaria o maior esquema de corrupção da história recente do País. A Lava Jato evoluiu de tal maneira que levou o juiz a condenar importantes dirigentes do PT, o mais importante deles o ex-presidente Lula, preso em Curitiba desde o começo do ano por ter recebido vantagens da OAS, entre as quais um tríplex no Guarujá, em troca de polpudos contratos na Petrobras.”
Sobre Lula, Moro disse que a sentença foi ‘extensamente fundamentada’ e fez a seguinte afirmação:
“As provas indicam que Lula é o mentor desse esquema criminoso que vitimou a Petrobras. E não se trata só de um tríplex. Nós falamos de um rombo de R$ 6 bilhões. O tríplex é a ponta do iceberg”.
Com relação às acusações de ‘perseguição política’, Moro foi implacável:
“O que existe é um álibi de Lula, baseado numa fantasia de perseguição política”.
A decisão foi mantida pela Corte de apelação (TRF-4), que não apenas endossou as suas fundamentações jurídicas como ampliou a pena para 12 anos e um mês.
“A partir daí, a decisão não é mais minha”, afirmou decisivamente.
Fonte: Terça Livre
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